quarta-feira, 31 de agosto de 2011

circulos de giz

imagem: flickr/jonny wonny


riscamos circulos de giz
como a querer imitar espaços
entre desvãos
onde nos encontramos desvalidos
e não nos entendemos como seres
Com propósitos definidos. indeciframo-nos
a cada frame, a cada quadro em movimento
nos quedamos, impregnados
de cheiros de guerras e garras
de pássaros
que voam raso estraçalhando
Cordeiros
aves de rapina, aves de arribação
somos nós?
dentro dos círculos de giz
A vida pode fruir muito mais lenta,
horas que passam não passando
surpresas zero
sentimentos calculados
frio, muito frio,
em piso de pedra
e espiral
de cal.
mas fora do circulo a vida urge
e o sol se insurge,aquecendo
as pedras frias, sonolentas
e as águas, que escorrendo,
desfazem os círculos de giz.
é a vida que ruge,
feito um leão aprisionado
e diz:
há mais, muito mais
as aves alçam seus voos
e navegam estranhezas
quando a noite cai.                  
 

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