terça-feira, 28 de junho de 2011

depois do escuro,


imagem: Giara/Flickr

,sem rumo rima ramo roma aroma de romã
Sigo
E persigo
A rosa mística
A música inefável
A única
Túnica inconsútil
De que já ouvi falar.
Flano
Entre planos e panos
E alheio me escuso
Em escudos
Que imagino
Contra mesmices,
Anemias e tédios:
Ando assim: lírico,
Místico, laico,
Numa preguiça danada:
Caralho, que coisa chata
Este não ter rumo,
Não ter lida,
Estes bocejos vãos.
Mas e daí?
Fechar p aortas,
Bater porteiras,
Pendurar chuteiras
Nada não.
Vamos por aí
Sem ais
Como um riso rasgando a cara
Até a cena final:
Afinal,
Belo é o estar vivo
E adivinhar o sol
Depois do escuro,

(para a poeta e amiga - Adriana Godoy)

terça-feira, 14 de junho de 2011

litania


imagem: Faber.Gray(Flickr)





não. não viver assim, feito caramujo


se escondendo nas conchas
se enroscando feito centopéia
quando pressente outro pé
se esgarçando nas canchas
nos cantos nas manchas
dos caminhos, temendo as claridades
e seus reflexos, comjo vampiros toscos
tortos fartos de mil anos de escuridão.

sim. entregar-se à vida e não temer


os outros. ser como os rapazes
rapaces
que agarram as moças
e as encoxam
em qualquer canto agarram as moças
e as fazem sentir o fogo do desejo
queimando as entranhas:o sexo
duro, celebrando a vida
e jorrando gozo pelos corpos:
preito à vida.
nunca ser como os rapazes tímidos,
enclausurados em grades
imagéticas
de moças intransponíveis
e nebulosas
que levam a sós para suas camas
em sonhos de punhetas
soturnas e solitárias:
celeabração do tédio.

não. não ser como estes seres


entravados
estorvados que se esquecem nas esquinas
agarrando as bolsas contra os peitos
murchos e caiados
decadentes desejos aflorando
vez em quando, em esgares
de risos frouxos.

sim. ser como os aventureiros


que desbravam cenários, arrebentam portas,
explodem buzinas, navegam sem bússolas
e sem rotas:
não querem retas, querem curvas
que é um caminho mais curto
entre os estares
e as estrelas.

não sim não sim
não.
a vida nos pede,
a cada dia,
brinde e celebração:
litanias à nós.