domingo, 20 de março de 2011

antonio


imagem: flickr/darkmatter

hoje quem vem aqui é antonio.um paoeta perdid achado no espaço cyber. de verso amargo-boca seca- olhos aerados- esbugalhados braços e pernas e sem fé. pesado e leve-solto e escravo- barroco,barraco, em pleno 21.


codinome: zeno
essa que se arrasta incolume e impoluta pelas ruas das cidades
castigando o corpo em agulhas e perdizes
e só olha onde o olho não vê:
a história do olho
bataille em batalhas infernais
contra ânisas e anseios
seios nus se arrastando
bundas se tocando
tocam-se os hinos ao amor
quando nada mais resta dos restos dos restos
os rostos não se tocam: piaf chora, lamentando
as pérolas dadas aos porcos
gente suspira e pira
nas suas loucuras dissolutas:
os corpos se arrastam
aos trêmulos luizires
dee ruas congestionadas
colares, colírios, delírios,
boleros ensandecidos
e tangos amargos
vermelho verdes campos
de peadelo e sonho:
a pó-esia campeia
e descortina
os últimos panos
jogados sobre os pés:
não se aventurem mais,
não busque o absoluto
não reine aqui, poeta:
tudo está perdido
nad aestá pendido
nos lábios leporinos
do amor:
as tangerinas cheiram
aos calores de tanger
os desertos queimam
e apele explode:
casablanca, uma casa
branca
uma pomba morta
um escracho:
um quadro.

domingo, 13 de março de 2011

fernando ciscozappa


imagem: scrapygraphics/flickr


Hoje, o poeta de segunda vem de belo horizonte, e chega arrebentando: corações, cordas vocais vagas vogais consoantes dissonantes- pelas suas vias insurgentes-Versos reversos signos sonhos canibais
delírios verbais
...
E mais...muito mais...
Fernando ciscozappa- Fernando-como um cisco nas águas do rio, como um cisco kid aventureiro e defensor dos pequenos,
Como um zappa- Frank arrancando gritos uivos e gozos das palavras em transe,
Como um zapper zappeando poetas nos universos viscerais cibernéticos,
Fernando poeta que se faz e se refaz a cada instante:
tema, anátema, Antenado, escolado, descolado,
Um amante inveterado das palavras- um comedor de vocábulos, de sentidos, de cem tidos e ditos e idos momentos- um devorador de poesia, um transgressor dos sentidos
Fernando é um brincante, um bacante a dançar as danças de Baco e a embriaguês dos vinhos raros e dos poemas lúdicos, lúcidos, lúbricos,
dos tesões e tendões
Das odes aos corpos, às almas,
É um poeta das pequenezas e das minúcias,
Dos bichos, do barro, dos passarins,
Fernando é um poeta surpreedente, rascante, cortante,
Que desfaz, refaz e se compraz em alterar sentidos.
Senm-tidos alterados, versos impactantes, visões iluminadas da vida e do mundo:
Este é o zappa, o cisco, o fernando brincante e reinventor de si mesmo,que lhes trago hoje:
www.ciscozappa.blogspot.com


Vinhos, silêncios e gemadas

deus está morto
o poeta sabia
palmeira sem palma silencia

a mulher quando morde a fruta
sabe do gozo secreto
da raiz

gravidade

spanto: animais chegam nos sonhos
o dia faz contas: ela gravita
mexe nos bolsos da criação
eu tomo vinho
ela dança ao som de céu

remexo
ela acorda declamando sonhos de um oriente em portugal


as coisas vão acontecer até o seu próprio início
(acontecimentos criam uma diferença entre o passado e o futuro)
acerto a sorte
ela estende o corpo no varal do meu silêncio


no teto do edifício
incendiamos a cidade
este moderno hospício.

Prosa quando arboriza é poesia.
.
.
.
.

um broto de idéia nasceu ali entre a axila e o seio esquerdo
aquele corpo branco arborizou-se sem alvoroço
arvoreou-se!


as sombras vultuosamente estenderam-se pelas calçadas
adornaram pedras
rabiscaram desenhos minerais


o corpo destravou-se da pele-casca
fez crescer uma dúvida acima das sombras
incerta, nem curvilínea, nem mesmo reta
a dúvida se alojou em um galho na altura do umbigo
ali ficara
como coisa irrigada
amparada por uma colônia de microseres
dispostos a decompor todas as certezas
uma a uma / dia a dia

em diálogos íntimos com o vento
a descortinar um balé cromático
as folhas dançaram em queda enigmática
resistiram como se pássaros fossem e nesse adejar
sussurraram poesias sobre a transitoriedade das coisas

e quando tudo virou
galhos folhas seiva síntese

nas costas
por toda ela
nasceram flores amarelas
a tergiversar verões enamorados por primaveras

sem que ninguém se desse conta
a não ser os encantados e aqueles descontados que ninguém conta
aquilo que um dia foi idéia semente
que brotou
que arborizou-se
infloresceu
virou fruta
ganhou luz singular
a cor vermelha


deram-lhe o nome abreviado de prosa
a mais pro-saborosa prosa




nas ciclovias me movo

ando com o vento
a acordar-me memórias
ando com territórios
a desfronteirar-me pensamentos
ando com a terra
a lavrar-me histórias
ando com o futuro
a encurtar-me distâncias
ando com uma voz indígena latina negra
a insurgir rupturas



ando com gestos acenos canções inauditas
a quebrar ondas
a implodir pensamentos

orações
a trincar a razão
a arrancar os dentes de ferro dos tribunais

ando a desc.rever-me
a modi.ficar-me
a traduzir-me

almejado
adentro
o
inacessível...

terrorismativo

em secreta secreção
preparo
uma ogiva explosiva
líquida
espessa


no interior
da gengiva


quando beijar-me
exploda-me!


corpo ex.ame

o corpo é corda roldana roda viva

{? dorme ! acorda ?}

esculpe
dolores auroras cicatrizes

o corpo cópia
cópula anúncio fantasia

propaga enganos
apropriada propaganda
entre.tem corpos nos shoppings
nas vitrines das acadêmicas lojas
com cápsulas de êxtase
vende saúde
a saúde das bactérias
das sojas
dos naturais conservantes
a saúde dos bacilos das criações da ciência
o corpo morde mastiga engole
engorda a indústria das vitaminas
o corpo geme torto e direito
transformista
modelo e manequim
global e platinado
medidas que vendem corpos
maliciosamente ocos
em deliciosas cascas musculares
magros de verbos carnes alma

o corpo corporifica artifícios
anuncia o infinitamente novo
esconde o infinitamente precário

o corpo vive os efeitos do instantâneo
em busca de um pretenso futuro
sem defeitos

voa
pena que já não anda
sustenta
envergadura pequena
frágil
some
no canto da cela
no espaço da vida
encerra
em cena
ária decomposta

transita entre ondas e matéria
sai
entra em transe
em garrafa
o corpo gênio
corpo músculo sem sangue
campo de conflitos com receituários prontos
território das mais confusas emoções
quanto mais confusas menos vividas
quanto menos vividas mais desperdiçadas
corpo índice e indício

o corpo principia precipícios

(feixe de carbonos cruzados
atados às ancas do tempo)

há alma?

será que ainda sente o animal tão presente?

tão so.mente
a mente sistemática do tempo estabelece o corpo capital
produz acelerados enxames de símbolos descartáveis
agora: renováveis


essa mente

ávida de corpos
ansiosa por se reproduzir

quarta-feira, 9 de março de 2011

segunda-feira próxima estare,mos retornando, com mais um poeta de segunda.
estamos também em: www.atipoesia.blogspot.com; musapornografica.blogspot.com
até lá!